Estou perdida em uma tempestade de neve.
A neve cai, e eu caminho cambaleando,
os pés afundando em camadas daquela brancura infinita.
Grito por socorro, mas minha voz se perde em meio àquela imensidão branca.
E então faz-se silêncio.
Caio e fico ofegando na neve,
Com o lamento do vento soando em meus ouvidos.
Agora sou um fantasma, penso eu. Um fantasma sem pegadas.
Volto a gritar, com a esperança sumindo como a marca dos meus passos.
Minhas dores escapam de feridas invisíveis
E voltam como neve caindo.
A neve, esta congela meu espírito
Aprisionando-o naquele lugar onde no fundo eu sei que minha vida terminará,
E o que restar de mim irá se perder naquela brancura infinita.
Então desejo morrer
Ali mesmo, nos pálidos braços da neve,
E tornar-me uma sombra,
Um espírito sem nome...
...E sem lembranças.
Então avisto ao longe, se aproximando de mim, um vulto.
Algo que eu não sei ao certo se é real.
A estranha forma se materializa em minha frente,
E estende sua mão em minha direção.
Vejo profundas feridas cortando sua palma e o sangue escorrendo,
tingindo a neve.
Seguro sua mão.
De repente, a neve desaparece.
by Vane