April 17, 2016

The Death of Hours - Capítulo III


THE DEATH OF HOURS
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   A sala do velho chalé estava quase totalmente silenciosa e soturna na tarde em que as duas mulheres aproximaram-se do tabuleiro; Margott sibilou à jovem:

   - Pois bem, criança, o que deseja saber? Mas lembre-se: não poderás perguntar sobre Deus, ou sobre que âmbito se dará sua morte, ou quaisquer dúvidas desta natureza. Temo que seja perigoso!.

   Sybil momentaneamente pensou e refletiu - Afinal, o que perguntaria à finada Constance? As únicas dúvidas que, de fato, estavam a assombrá-la giravam em torno do suposto suicídio de sua mãe. Quais seriam seus reais motivos? Se Constance sofrera em vida, a jovem nunca tivera ciência deste fato – para ela, suas razões em desejar a Morte ainda eram misteriosas.

   - Desejo saber em que circunstâncias de deu a morte de minha mãe.. Os motivos pelos quais ela acabou por findar sua própria vida! – sentenciou.

   As duas posicionaram seus dedos sobre o tabuleiro, e – para o temor e assombro de ambas – o ponteiro começou a mover-se, de modo a estabelecer ligações entre as letras, formando alguma palavra; elas observavam atentamente a palavra sendo formada: um nome!

   “L-E-O-N-A-R-D”

   Leonard! Sybil por ora não havia compreendido como seu pai poderia ter sido o responsável por tal fatal acontecimento – A menos que ele fosse um individuo cuja natureza era vil – Mas como poderia Sybil ter este pensamento sobre ele? Ou será que o mesmo possuía um lado cruel, uma faceta que ainda lhe era desconhecida? E como, afinal, ele teria sido o responsável pela morte de Constance? Ante a todos estas dúvidas, a jovem sucumbiu a um profundo estado de medo e inquietude; seu corpo estremecia, e seus olhos tornaram-se marejados de lágrimas. Margott, ao ver tal aflição da sobrinha, suplicou-lhe:

   - Acalme-se, Sybil! Ou o pior ainda estará por vir. Devemos ter demasiado cuidado com..

   De repente, o tabuleiro iniciou a recitação do alfabeto de trás para frente; Margott, assombrada, alertou Sybil:

   - Rápido! Afaste seus dedos, ou o espírito irá escapar do tabuleiro!!

   Sybil, rapidamente os afastou. Com suas respirações aceleradas e em estado de pânico pelo que se deu a momentos atrás, olharam novamente o tabuleiro. A atividade paranormal que previamente ocorria nele havia cessado, e ambas ora suspiravam aliviadas. 


-

   Posteriormente veio à tona o fato de que Leonard havia assassinado Constance; isto foi descoberto por meio de uma investigação feita após sua Morte, quando fora encontrado enforcado em seu quarto no longínquo sanatório inglês. Fora descoberto que o infeliz homem estivera corrompido por um desejo de cobiça cada vez maior, o que acarretou no assassinato da esposa – havia muito tempo que não nutria mais nenhum afeto por ela, e na época que tais fatídicos acontecimentos se sucederam, ambos travavam pela separação, porém Leonard desejava todos os bens que a mulher possuía para si. Como já previamente relatado, conseguiu o que almejava, entretanto o assassinato o levara a um estado de insanidade: antes de ser confinado e afastado da filha, dizia-se ele assombrado pelo espectro de sua ex-mulher!

   Sybil mal poderia suportar a angústia que a acometeu, ante a tais fatos revelados; porém Margott, velha mulher que muito entendia a respeito da vil natureza humana e sobretudo da morte, ajudou-a a não sucumbir à tristeza que tais revelações ocasionaram. A velha senhora acolheu-a para morar definitivamente no chalé, no qual retomaram suas vidas depois de alguns anos.


-

   Margott e Sybil foram vistas no conhecido cemitério de Highgate, em Londres, a depositar rosas sobre o túmulo de Constance Hale. 
   Depois o contemplaram por algum tempo; pareciam completamente absortas em reflexões e memórias.
   Os demais túmulos estavam cobertos com relva que cresciam em torno; o de Leonard, que ali jazia um pouco mais afastado do túmulo de Constance, ainda estava nu; era o mais recente daquele lugar.

   Parafraseando Emiy Brontë, em seus famoso romance O Morro dos Ventos Uivantes:
 “(...) sob aquele céu tão suave, olhando as mariposas que volitavam por entre as urzes e as campânulas, escutando a brisa ligeira que agitava a relva, (...) como poderia alguém imaginar que tivessem um sono perturbado aqueles que dormiam naquela terra tranquila?”


FIM
by Vane



Hoje finalmente publico o último capítulo de The Death of Hours! Os links para os capítulos anteriores estão inseridos no início do post.

Sejam livres para deixarem aqui suas críticas, opiniões e sugestões :)

Uma boa semana a todos!

April 12, 2016

April 12, 1976 - first Vampire Chronicles book

"... E eu me vi. 
Quero que olhem para mim da maneira que apresento, 
enquanto juro de coração que esta história é verdadeira, 
assim como cada palavra contida nela.
Sou o Vampiro Lestat. Foi isso o que vi. Foi isso o que ouvi. 
É isso o que sei! Isso é tudo o que sei. 
Acredite em mim, nas minhas palavras, no que eu disse e no que foi escrito. 
Estou aqui, ainda. Sou o herói dos meus próprios sonhos, 
e permitam por favor que eu mantenha meu lugar nos seus. 
Eu sou o Vampiro Lestat. 
Permitam-me agora passar da ficção para a lenda. " 

- Anne Rice, em Memnoch




Em 12 de abril de 1976, Anne Rice publicou o primeiro volume de suas famosas Crônicas Vampirescas, Entrevista com o Vampiro.
Hoje, data de aniversário de tal lançamento, compartilho aqui este fragmento do livro Memnoch, um de meus livros favoritos das Crônicas.
Uma ótima semana a todos!