July 10, 2015

A Witch's Tale - Capítulo I

Hoje postarei aqui o primeiro capítulo de um conto que comecei a escrever a alguns dias.. Estou escrevendo com o intuito de esmerar minha escrita, mesmo objetivo do outro conto que outrora publiquei aqui. Como puderam perceber pelo título, a temática fará referência a bruxas e ao ocultismo (embora meu conhecimento sobre este último não seja tão extenso..)
Pretendo em breve escrever mais dois capítulos. :)


A WITCH'S TALE
Capítulo I | Capítulo II | Capítulo III


Para Lady Blanchard, Inglaterra
31 de Outubro de 1891

   Cara irmã, venho por esta carta relatar as desventuras pelas quais passei em minha última semana de estadia no tempestuoso Condado de Essex.
   Minha curta passagem por estas terras americanas foram, devo dizer, marcadas por coisas que arrepiaram-me até a alma!
   Hoje cheguei na cidade de Salém, e devo dizer que minha primeira impressão de tal localidade havia sido a mais funesta possível, por conta dos acontecimentos que marcaram minha chegada à mesma.

   Eu e Lucy havíamos nos hospedado em um hotel cujo aspecto não era dos mais agradáveis, mas infelizmente era o único alojamento que conseguimos pagar com nossas parcas economias.
   Devo confessar, cara irmã, que não tinha o mesmo otimismo de Lucy em relação à tudo. Em meu coração havia insegurança embora tudo estivesse aparentemente bem, e meu sexto sentido dizia-me que devia me afastar deste local submerso a cinzas e silêncio.

   Eis o sinistro acontecimento que marcou nosso primeiro dia aqui: estávamos a caminhar através das nevoentas vielas quase desertas do vilarejo, objetivando encontrar alguém que pudesse dar-nos mais informações sobre o local, quando deparamos, através da névoa, com uma jovem mulher trajando vestes negras que circundava um velho chalé; como até então não havíamos encontrado ninguém, a não ser a velha senhora dona do hotel e sua camareira, resolvemos ter com ela, mesmo que em seu semblante não houvesse nada de convidativo.

   Então fomos nos aproximando, embora a densa névoa turvasse nossas visões; conforme avançávamos, percebemos que o chalé ia adquirindo um aspecto diferente, mais escurecido e funesto.

   - Não se aproximem, é magia negra... é uma ilusão! – Gritou-nos a dona do hotel, de sua janela. Eu ri, certo de que o isolamento naquela tempestuosa e quase deserta cidade havia lhe afetado a cabeça. E prosseguimos.

   Chegamos àquela velha morada, e fomos recebidos pela jovem que havíamos avistado. Ao adentrar o local, demos pela presença de mais duas mulheres, um tanto mais velhas que a primeira; a casa, apesar de rústica, era muito apresentável: o fogo ardia numa grande lareira, e a mesa havia sido colocada. Serviram-nos uma bebida com um gosto um tanto peculiar.

   - Sejam bem-vindos a nosso lar!  - disse a mais velha delas, que havia se apresentado como Erzsébet. As três mulheres eram irmãs, e possuím idades distintas; eram de compleições medianas, e tinham suas peles muito pálidas. A mais jovem, Agnes, era delicada e um tanto franzina. A outra irmã chamava-se Sarah, e era a mais bela das três.  

   O diálogo que se seguiu, infelizmente não poderei narrar em detalhes, pois não consigo lembrar, em razão de um fato muito estranho que seguiu-se: eu e Lucy entramos em uma espécie de transe, e, enquanto ouvíamos as estridentes gargalhadas das três mulheres, perdemos nossos sentidos, e tudo ao nosso redor havia tornado-se escuro aos poucos...
   Despertamos no quarto que estávamos alojados no antigo hotel, e naquele momento havíamos ficado realmente em dúvida se os acontecimentos do dia anterior realmente haviam acontecido, ou não.
   Mas não tivemos mais dúvidas que que tudo fora real quando a camareira entrou no quarto muito aflita, a dizer-nos:
   - Caro Lord Blanchard! Encontrei o senhor e senhora sua esposa num estado deplorável, em meio ao breu da noite! Tratei logo de trazê-los para dentro. O que houve? – E diante de tal interrogativa, não pude respondê-la, de tal forma confuso que estava.

   Eu sinto-me bastante lúcido, mas Lucy parece ter entrado em um profundo devaneio, e diz que vê demônios dançarem ante a seus olhos. 
   - É bruxaria – ela chora. – Aquela bebida...
   Minha esposa parece estar ficando seriamente enferma, e perdendo aos poucos a sanidade. Há cerca de alguns dias atrás, caiu de febre e está a lamuriar coisas sem sentido. Em meio a tal situação: tomei a decisão drástica de revisitar as estranhas mulheres que julgo culpadas pelo péssimo estado de Lucy. 

   Em breve, minha irmã, volto a lhe escrever, relatando se obtive sucesso em minha missão!


De seu afetuoso irmão, 
Willian Blanchard



by Vane


E este foi o primeiro capítulo.. deixem suas opiniões, críticas e sugestões! Em breve postarei o próximo capítulo.
p.s.: O conto é baseado na música Ballad of the Weird Sisters da banda Blood Ceremony.


July 1, 2015

O arco de Nemrod

"O arco de Nemrod é o arco da guerra.
Mas o arco do Amor é o da felicidade:
Contigo o tens, Princesa. E, na verdade,
E por isso que o Amor domina toda a terra.
A princesa de Babilônia
De três gloriosos reis, cada qual se presume
Ser afinal teu único e ditoso rei.
A quem escolherás, Princesa? Apenas sei
Que o universo inteiro há de sentir-lhe ciúme." 

- Voltaire, em A Princesa da Babilônia



Tive de compartilhar aqui este fragmento desta obra sublime de Voltaire..
Uma boa semana a todos!