Uma Taça Feita De Um Crânio Humano
Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre caveira fria -
Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mais vale guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do réptil.
Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o encher!
Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...
Lord Byron
Uma boa semana a todos!
Bjs
Lord Byron, o que posso dizer deste autor? Eu admiro e idolatro seus escritos! Junto com a tradução de Castro Ales torna esta poesia ainda mais linda.
ReplyDeleteObrigada por compartilhar.
Abraços. E boa semana.
Olá Katherine
DeleteTambém gosto muito deste autor, na minha opinião é um dos melhores da literatura gótica.
Tenha uma ótima semana,
Um abraço!
Adoro Byron! Falar dele é falar do Romantismo. Sua influência foi imensurável. Até Goethe era um grande admirador seu, e chegou a dizer que ele era "O maior talento literário, depois de Shakespeare, que já existiu."
ReplyDeleteE este poema que você postou é um dos mais encantadores dele. Nele, especialmente no desenlace, há uma bela e típica ironia byroniana, ao se referir à inutilidade da vida, dizendo que o crânio finalmente seria útil para algo.
Também admiro muito Byron, realmente foi um autor muito influente sobretudo na segunda fase do Romantismo, o "Mal do Século"..
DeleteE afinal, Byron escrevia como ninguém, de fato foi um excelente autor.
Obrigada pela visita Renan, um abraço..