March 12, 2016

The Death of Hours - Capítulo II


THE DEATH OF HOURS
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   Era uma gélida e nevoenta manhã de outono, quando a Sybil partiria, possivelmente para um destino sem retorno. Destino este que visava melhoras, porém a jovem não possuía boas expectativas em relação ao mesmo.. Seu coração ainda era assombrado por vis dúvidas e incertezas; naquele dia em especial instalara-se em seu semblante um estado de profunda melancolia. 

   De repente, o rosto de Constance Hale apareceu em sua mente, como uma furtiva memória.
   Sybil desejou sua presença, a questionar a si mesma se ora sua mãe estava em um lugar melhor, a ter seu merecido descanso; ou talvez se seu espírito ainda padecia das mundanas dores, e ainda, - pobre d’ela! – ainda não encontrara paz.
   Lúgubres indagações lhe vinham à mente, tal como pensamentos dispersos e distantes que de repente vinham à tona.

   “Seria o sofrimento uma prova de que estamos vivos?”

   Em seguida, pensou brevemente em seu pai, o infeliz Leonard. O que seria dele? Sybil lamentou sua infeliz sorte, tentando evitar a possível resposta a tal questionamento, uma vez que esta não parecia muito promitente. 

   Assim, ainda envolva a tais reflexões, a jovem tomou o navio que a levaria a seu longínquo destino, ao encontro de sua parente mais próxima, que estava a morar no norte da Irlanda; a viagem transcorrera sem transtorno algum. Porém.. Pobre Sybil! Sua solidão deixava-a num estado cada vez mais distante. Poderia passar tardes inteiras absorta em leituras, ou com o olhar perdido no mar, no balanço frenético das ondas, a perder-se em pensamentos.

   Logo estava a chegar em seu destino: Margott Hale morava em um casebre de aparência rústica e peculiar, num local um tanto isolado do restante da cidade. 
   Sem duvida não parecia um ambiente muito acolhedor: tal recinto passaria a impressão de ser um local abandonado, se não houvesse um jardim e uma pequena horta razoavelmente cultivada. 
   Ao avistar a jovem, aquela mulher de longos cabelos grisalhos e feições desgastadas pelo tempo acolheu-a afavelmente; Sybil teve uma boa impressão de sua tia, mesmo que não poderia-se dizer que ela houvesse tido a mesma impressão em relação ao lugar aonde ora se encontrava. 

   Ao adentrar e conhecer melhor os aposentos daquela humilde morada, Sybil intrigou-se com o que lá viu: tarôs, incensos, velas, e demais objetos esotéricos cuja natureza para ela ainda era desconhecida, mas que a deixaram estranhamente fascinada. 

   Assim, não pode deixar de questionar Margott a respeito dos mesmos, ao que ela respondeu:
   - Minha cara, já que estarás a morar comigo por tempo indefinido, não vejo o porque de guardarmos segredos uma com a outra. Veja! Através destas cartas, destes instrumentos – ia dizendo, ao apontar ao apontar cartas e livros antigos, que a jovem deduziu que tratavam de ocultismo e temas similares -, eu entro em contato com a nobre arte da quiromancia,.. Tudo o que é sobrenatural me fascina! – sibilou ela, mais baixo, para Sybil. Esta se identificou imediatamente com a tia, desse modo sentindo-se mais próxima dela. 

   - E este.. – disse ela, ao apontar um tabuleiro Ouija – Serve para comunicarmo-nos com o Além. Veja bem, eu o usei poucas vezes, mas é sempre intrigante ouvir o que os mortos tem a dizer. 
   Era já tarde da noite; Sybil observou o tabuleiro à luz do candelabro, estando a tremulante luz das velas a revelar o objeto. Aquele estranho artefato provocou sensações estranhas nela; e em um misto de curiosidade e assombro, um nome veio a sua mente.

   Constance.

   De imediato questionou Margott se poderia algum dia tentar realizar algum contato com sua finada mãe. 
   A reação imediata de sua tia fora de espanto e ressalva, mas, tomada pela insistência da sobrinha, posteriormente acabou por concordar; afinal compreendia tão bem o que era sentir ardosamente falta de entes queridos que não mais viviam; a velha senhora, antes da chegada de Sybil, vivia só.



(continua)

by Vane