VAMPIRE HEART
Capítulo I | Capítulo II | Capítulo III
Devo continuar o relato de como tornei-me a criatura que hoje sou.
Como o leitor deve recordar-se, eu havia despertado subitamente sob um chão completamente ensanguentado; ao levantar-me cambaleando, percebi que estava dentro da grande catedral de Barcelona. A mesma havia adquirido um aspecto taciturno e sombrio, de tal forma que eu nunca vira antes. Havia pouquíssima luz, e apenas o que eu enxergava com clareza era o sangue, que jorrava abundantemente de um grande crucifixo que se encontrava à minha frente. As imagens dos santos choravam sangue, e todo o local se encobria lentamente de vermelho vivo.
Eu fraquejava de dor.. logo percebi que esta vinha duas marcas profundas em meu pescoço. Apesar de uma parte de mim acreditar que tudo aquilo era fruto de minha imaginação, encontrava-me em um estado de pânico, de modo que corri desesperadamente dali, e o portal da catedral então fechara-se em um fortíssimo estrondo.
Uma vez aparentemente liberto de meu terrível devaneio, e encontrando-me do lado de fora daquele local escurecido onde estivera, percebi que acabara de amanhecer e os primeiros raios de sol despontavam no horizonte. Tal luz parecia cegar-me , então refugiei-me em um local onde haviam sombras. Recordando o vil pesadelo da noite passada, senti-me aliviado por aquilo ter acabado.
Mas tive um grande calafrio ao sentir dor e dar-me conta de que as marcas em meu pescoço ainda estavam lá! Ele havia sido dilacerado, e eu sentia uma grande sensação de fraqueza e cansaço. Certamente eu perdera muito sangue.. assombrei-me com a possibilidade de os
Retornando ao local de meus pesadelos, constatei que lá estava tudo perfeitamente normal: o interior da catedral estava amplamente iluminado , sem resquícios de sangue no chão, e não havia quaisquer elemento que indiciava e veracidade do que havia se passado comigo na noite anterior. Algumas pessoas entraram no local, e fitavam-me com uma dose de desconfiança e estranhamento estampados em seus olhares. Logo apressei-me em sair de lá.. e não havia dúvida para mim, naquele momento, a loucura, vagarosamente, estava começando a entorpecer-me.
Passaram-se muitos dias deste os fatos que acabo de lhes relatar, e desde então, em algumas fatídicas noites, eu a vi em meus sonhos – a sombria dama que levara consigo minha sanidade, julgara eu.
Em tais visões, ela havia me dito que chamava-se Élise, e que eu deveria encontrá-la na encosta de uma certa montanha localizada na longínqua província de Vizcaya, no norte da Espanha, a fim de revelar-me um vil segredo.
Tomado por uma súbita coragem tomei a decisão de encontrá-la, decidido a desvendar, afinal, os acontecimentos sobrenaturais que haviam acontecido naquela noite. Embora estivesse - em partes - descrente que tais fatos possuíam algum vínculo com a realidade, desejava saber como haviam ocorrido, e por quais razões.
O Inverno havia chegado de forma rigorosa, e as ruas estavam torrencialmente cobertas de neve.
Dois dias depois dos acontecimentos previamente relatados, decidi-me a encontrar Élise - se é que ela de fato existia.
Conforme a decisão tomada, viajei em direção ao local combinado.
Ao chegar na encosta da montanha, havia bastante neve, e deparei-me com um rastro de sangue no chão que impulsivamente comecei a seguir, até que cheguei a um lugar um tanto oculto por uma grande camada de neve, e que parecia-se com uma caverna. Lá estava bastante escuro, mas resolvi arriscar: adentrei o local.
Enxerguei dois olhos que sombriamente fitavam-me na escuridão; a entidade sobrenatural estava à minha espera..
by Vane
Você deve escrever um livro, ou vários, você tem muito talento, não sou especialista sou apenas uma leitora experiente, mas sua escrita é apaixonante, delicada, elegante, virei sua fã rs
ReplyDeleteAgradeço pelo gentil comentário, Carolina :)
DeleteUm grande abraço
Poxa Vane, concordo com as palavras da minha xará, rs.
ReplyDeleteVocê conseguiu me prender do início ao fim. Foi visceral, cheia de detalhes importantes, na medida certa, eu diria.
Parabéns, o enredo ficou demais!
Obrigada, Carol! Vindo de alguém que escreve tão bem como vc, sua opinião me deixou muito feliz. ^^ Um abraço..
DeleteParabéns, Vane. Versátil. Excelente em verso e prosa. Abraço.
ReplyDeleteObrigada pelo atencioso comentário, Fábio!
DeleteUm abraço
Muito interessante Vane! você conseguiu manter o ritmo dado à primeira parte! Estou extremamente curioso para saber o que virá a seguir. Narrativa minuciosa e consistente. Parabéns!
ReplyDeleteGrata por sua opinião, Vitor :)
DeleteUm abraço..
Boa tarde Vane! Olha eu aqui, atrasada na leitura, graças a um bug que tem me feito perder as atualizações dos blogs, rs...
ReplyDeleteAdorei a segunda parte, flui deliciosamente, é rica em detalhes e prende a atenção do início ao fim, assim a primeira.
Parabéns! Abração!
Boa tarde, Lucy :) Fico muito feliz que tenha gostado.
DeleteUm grande abraço..