VAMPIRE HEART
Capítulo I | Capítulo II | Capítulo III
Tentei recuar, mas algo que nela havia fez-me aceitar o que me oferecia.. Seus olhos me enfeitiçavam.
Bebi um gole daquela substância. Ela continuou:
- Sim, seu pesadelo fora real! Bem-vindo ao meu reino, ao qual você há de adentrar agora.
Naquele instante, não consegui me mover: meus movimentos estavam paralisados. Ela aproximou-se, fitando-me profundamente; e como um animal selvagem, ela então me atacou, dilacerando-me ainda mais de como fizera antes. Senti uma agonizante dor, e logo em seguida uma onda de calor percorreu meu corpo. Era seu sangue, sua essência da qual eu havia provado e ora jorrava também em mim.
Em seguida, uma estarrecedora sede invadiu-me; sem pensar, apoderei-me do corpo de Élise, com o cálido ardor de um amante; e então comecei a sugar seu sangue.
Meus sentidos se confundiram completamente.. Uma agonia vital e estranha veio a mim. Uma vez que minha sede estava saciada, tudo à minha volta volveu-se em trevas. O que viera a seguir era foi a Morte, a consumir-me, porém, sem findar minha essência: ainda não era o fim.
Após de tal forma morrer, acordei no interior de uma cripta oculta no interior daquela gélida montanha. Mesmo estando morto, uma centelha de vida corria por minhas veias!
- O que, afinal, tornei-me? – indaguei.
Posteriormente, Élise veio a esclarecer minhas aterradoras dúvidas, e finalmente compreendi minha nova essência. Ela não me explicara com clareza os motivos pelos quais havia arrebatado minha vida humana, para depois conceder-me tal existência eterna, mas depois compreendi que ela vinha observando-me há tempos, fascinada por minha natureza consciente e indagadora – eu era como uma alma viva entre uma multidão de almas mortas, - segundo ela, - e por tal razão, assim eu devia permanecer para todo o sempre: vivo!
Dessa forma, com seu auxílio, através das primeiras décadas de minha imortalidade pude compreender mais profundamente a natureza humana: todas as suas virtudes, bem como seus vícios. Algumas coisas deixavam-me perplexo, e outras, por um breve período, me fascinaram em sua plenitude.
Minha observação concentrou-se, sobretudo, em torno das raízes do mal - veneno impregnado desde os primórdios em todo espírito humano, o qual, desde então, eu vinha buscando compreender.
Em dado momento, quando adquiri finalmente consciência de minha própria natureza, horrorizei-me; então meu ódio voltou-se contra minha criadora, Élise. Cego por tal ódio mortal, eu abandonei-a; desde então, tenho vivido só através das décadas que vieram a seguir, apenas em companhia de meus taciturnos pensamentos e memórias.
-
Ora contemplo meu relato, absorto em meio às mais amargas reflexões; como havia contado previamente, através do tempo observei mais profundamente a Humanidade e adquiri uma grande aversão à mesma. Mas, por ironia do destino, meu ódio voltou-se para mim mesmo com maior intensidade. Sim! Quando afinal dei-me conta plenamente de minha monstruosidade, horrorizei-me para com minha própria vil natureza.
Uma vez terminado de relatar-lhe minhas memórias, eu as confinarei a um lugar onde espero que minha cara Élise encontrará..
E assim compreenda os motivos pelos quais decidi findar a centelha de vida que faz-me permanecer vivo.
Agora que estou a terminar minha história, caro leitor, pretendo ir ao encontro da Morte - e desta vez, a Morte definitiva, que concede-nos o sono eterno - , cravando uma adaga em meu próprio coração, pois o mesmo ora é vazio, e incapaz de sentir qualquer coisa, senão repulsa por mim mesmo.
Aqui deixo minhas memórias, escritas com sangue, elixir da vida de uma vil criatura que teme sua própria existência.
FIM
by Vane
E assim eu termino o meu primeiro conto!
Talvez ele tenha deixado um pouco a desejar por eu não ter muita experiência em escrever contos.. Mas de qualquer forma assim eu vou melhorando minha escrita aos poucos, conforme eu disse no post do capítulo I.
p.s.: Links para os capítulos anteriores: aqui e aqui.
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Agradeço aos que acompanharam :)
Abraços