O Espectro da Rosa
Levanta a tua pálpebra fechada
Tocada por um sonho virginal!
Eu sou o espectro de uma rosa
Que tu, no baile, usaste na noite passada.
Tu me colheste ainda com pérolas,
Do chuveiro de prata refrescada,
E entre a festa estrelada
Tu me passeaste toda a noite.
Ó tu que da minha morte foste a causa,
Sem que tu possas escapar,
Todas as noites o meu espectro se levantará
E à cabeceira da tua cama virá dançar.
Mas nada receeis, eu não reclamo
Nem missa nem De Profundis,
Esta fragrância é a minha alma
E eu venho do Paraíso.
O meu destino foi digno de inveja,
E para ter uma sorte tão bela
Muitos teriam dado a sua vida,
Porque sobre o teu seio eu tenho o meu Túmulo
E sobre o alabastro onde eu repouso,
Um poeta, com um beijo,
Escreveu: "Aqui jaz uma rosa,
Que todos os reis vão invejar:
Tocada por um sonho virginal!
Eu sou o espectro de uma rosa
Que tu, no baile, usaste na noite passada.
Tu me colheste ainda com pérolas,
Do chuveiro de prata refrescada,
E entre a festa estrelada
Tu me passeaste toda a noite.
Ó tu que da minha morte foste a causa,
Sem que tu possas escapar,
Todas as noites o meu espectro se levantará
E à cabeceira da tua cama virá dançar.
Mas nada receeis, eu não reclamo
Nem missa nem De Profundis,
Esta fragrância é a minha alma
E eu venho do Paraíso.
O meu destino foi digno de inveja,
E para ter uma sorte tão bela
Muitos teriam dado a sua vida,
Porque sobre o teu seio eu tenho o meu Túmulo
E sobre o alabastro onde eu repouso,
Um poeta, com um beijo,
Escreveu: "Aqui jaz uma rosa,
Que todos os reis vão invejar:
Théophile Gautier
Retrato de Marie-Joséphine-Louise de Savoie (detalhe), por François-Hubert Drouais
Hoje posto aqui este belo poema de Théophile Gautier (poeta frencês do século XIX).
A tradução é de Maria de Nazaré Fonseca.
Uma boa semana a todos!