O Vampiro
Tu que, como uma punhalada,
Tu que, como uma punhalada,
Entraste em meu coração triste;
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,
Para no espírito humilhado
Encontrar o leito e o ascendente;
- Infame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,
Como ao baralho o jogador,
Como à garrafa o borrachão,
Como os vermes a podridão,
- Maldita sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
Que me concedesse a alforria,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.
Ah! pobre! o veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeteiro:
"Ninguém te livrará afinal
De teu maldito cativeiro.
Ah! imbecil - de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!
Charles Baudelaire
Vampire I, por Edvard Munch
Magnifico...como só ele sabe escrever!
ReplyDelete-___-
Realmente, Baudelaire escreve de uma maneira única..
DeleteObrigada pela visita!
Um grande abraço
Olá! Gostei de novo blog, estarei acompanhando.
ReplyDeleteBjs
Tão deliciosamente belo!!!!
ReplyDeleteObrigada pela partilha!
Kiss*
Olá! Obrigada pela visita e comentário :)
DeleteTenha uma ótima tarde.. Bjs
Olá Vane!
ReplyDeleteUma pérola; somente Baudelaire seria capaz de resgata-la da hermética alma humana.
Postei-a em meu blog, está no endereço abaixo, espero que goste.
Espaço Intuição
Abraços.
Olá Joandre!
DeleteDe fato, Baudelaire se expressa em seus escritos de tal maneira que poucos autores são capazes.. esse é um de meus poemas favoritos.
Um abraço!